A craniotomia com paciente acordado é uma técnica inovadora e desafiadora da neurocirurgia que tem ganhado destaque nos últimos anos, especialmente em procedimentos que envolvem o mapeamento cognitivo e emocional do cérebro. Essa abordagem é utilizada principalmente em cirurgias para a remoção de tumores cerebrais ou tratamento de epilepsia, quando as áreas afetadas estão próximas de regiões críticas responsáveis por funções motoras, sensoriais, linguagem, ou mesmo aspectos emocionais.
O procedimento ocorre da seguinte forma: após anestesia local e a abertura do crânio (craniotomia), o paciente é mantido acordado em momentos específicos durante a cirurgia. O objetivo é realizar um mapeamento em tempo real das áreas cerebrais enquanto o cirurgião realiza estímulos controlados. Ao manter o paciente consciente, a equipe pode monitorar funções cruciais, como a fala, o movimento ou até mesmo a resposta emocional, garantindo que regiões vitais do cérebro não sejam danificadas.
Por que o mapeamento cognitivo-emocional é importante?
Algumas regiões do cérebro, como o córtex pré-frontal, estão diretamente ligadas a nossas emoções, tomadas de decisão e funções cognitivas complexas. Quando um tumor ou outra patologia cerebral está próximo dessas áreas, o mapeamento cognitivo-emocional se torna essencial. Ao estimular essas regiões e conversar com o paciente, a equipe cirúrgica pode identificar com precisão quais partes estão relacionadas a essas funções, minimizando os riscos de sequelas emocionais ou cognitivas permanentes.
Benefícios da craniotomia com paciente acordado
1. Precisão cirúrgica: O principal benefício é a maior precisão na remoção de tumores, maximizando a ressecção sem comprometer funções cerebrais essenciais.
2. Redução de riscos: A possibilidade de ajustar a intervenção com base na resposta do paciente reduz o risco de danos neurológicos.
3. Recuperação emocional preservada: Como o mapeamento envolve a avaliação de respostas emocionais, o procedimento protege a integridade emocional do paciente, garantindo uma qualidade de vida pós-operatória superior.
O papel do paciente
Durante o procedimento, o paciente é um participante ativo da cirurgia. Ele pode ser solicitado a falar, mover partes do corpo, ou até mesmo descrever seus sentimentos durante a estimulação cerebral. Isso exige uma preparação emocional e psicológica significativa, mas, ao mesmo tempo, permite que o cirurgião tenha um controle mais direto sobre as áreas críticas envolvidas.
Em resumo, a craniotomia com paciente acordado para mapeamento cognitivo-emocional é uma técnica avançada que traz segurança e personalização ao procedimento neurocirúrgico. Ela representa um passo importante na busca por tratamentos mais eficazes e menos invasivos para condições complexas do cérebro, com foco não apenas na sobrevida do paciente, mas na preservação de sua cognição e bem-estar emocional.
INCC e INNI realizam cirurgias de craniotomia em Chapecó
Para a equipe de Neurocirurgiões do Instituto de Neurocirurgia e Cirurgia da Coluna, esse procedimento é realizado com certa frequência, dada sua importância na preservação das funções cognitivas e emocionais dos pacientes. Neste mês de outubro, o Dr. Alex Roman, junto com a equipe do INNI (Instituto de Neurocirurgia e Neurorradiologia Intervencionista) de Chapecó, participou de três craniotomias com paciente acordado, demonstrando o alto nível de especialização e experiência envolvido nesses procedimentos.